Acusado de interferir no Poder Legislativo municipal de Itaúna, a fim de manter o controle total da casa favorecendo desta maneira o exercício de seu mandato, o prefeito de Itaúna Neider Moreira de Faria, foi denunciado pelo Ministério Público de Minas Gerais pelo crime de corrupção ativa , onde o agente público é acusado de “oferecer ou prometer vantagem indevida a funcionário público, para determiná-lo a praticar, omitir ou retardar ato de ofício”. Segundo a denúncia, no último trimestre de 2018, o prefeito ofereceu vantagem indevida a alguns vereadores. Ele nomearia ou manteria pessoas indicadas pelos vereadores em cargos em comissão na Prefeitura ou em outros órgãos municipais e, em troca, os vereadores votariam no candidato à presidência da Câmara Municipal de sua preferência. 

Consta na denúncia apresentada que o então secretário de Infraestrutura, irmão do prefeito, comunicou a alguns vereadores que, caso não votassem a favor da chapa apoiada pelo chefe do Executivo, os servidores por eles indicados seriam exonerados dos cargos comissionados, o que de fato ocorreu. O então chefe de gabinete, por determinação do prefeito, convocou diversos servidores comissionados indicados pelos vereadores, e os ameaçou com a perda dos seus cargos, caso os que os apadrinhavam não votassem a favor da chapa apoiada pelo Executivo. Por isso, o secretário de Infraestrutura e o chefe de gabinete, à época dos fatos, também foram denunciados por corrupção ativa.

A investigação teve início no Inquérito Civil nº MPMG-0338.18.000610-2, instaurado pela 1ª Promotoria de Justiça de Itaúna para apurar a prática de atos improbidade administrativa, consistentes na intervenção do Poder Executivo no Poder Legislativo, especificamente na eleição da Mesa Diretora, para o biênio 2019/2020.

Conforme o procurador de Justiça Cristovam Joaquim Ramos Filho, a interferência do prefeito na atividade do Poder Legislativo local, com a compra de votos de vereadores, foi devidamente comprovada por provas testemunhais e por áudios e mensagens de texto extraídos por meio de perícia do celular apreendido de um dos vereadores. 

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