A situação vivida por Minas Gerais e
outras regiões do País que sofrem com a falta de chuva pode ser comprovada no nível
de assoreamento que já atinge a Barragem do Benfica de Itaúna, reservatório de
abastecimento de água da cidade. Fora do período de chuvas e a inconstância pluviométrica
pela qual vem passando o país nos últimos 9 anos, sempre com chuvas insuficientes
para abastecer em níveis seguros os reservatórios responsáveis pela geração de energia
através de hidrelétricas, caso não haja o uso sustentável ou responsável da
água ainda disponível para consumo, em breve poderemos ser pegos de surpresa
com medidas de racionamento de água e energia, para que sejam evitados apagões
como os ocorridos em 2001, ou mesmo mais aumentos nas tarifas mensais de energia
e água.
Sem água para manter o abastecimento
regular da barragem do Benfica a cada dia pode se observar o ressecamento do
nível da água que dá lugar a bancos de área que aumento ao passar de cada dia.
A situação local, serve de alerta
para a situação nacional já que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)
apresentou números críticos dos níveis de armazenamento de água dos
reservatórios das principais usinas hidrelétricas em Minas Gerais. Entre as
oito maiores usinas, todas operando com volume inferior a 50% da capacidade de
armazenamento de água que faz girar as turbinas, três trabalham com acumulação
em barragens abaixo de 20%: Emborcação e Nova Ponte, no Triângulo Mineiro, com
11,72% e 11,95%, respectivamente; e Furnas, 17,47%. O lago de Três Marias tem a
situação menos grave, com 49,51%, de acordo com novo levantamento feito pelo NOS.
Entre as usinas hidrelétricas,
quatro empreendimentos da Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) operam
com níveis negativos de armazenamento de seus reservatórios. São elas Bom Jesus
do Galho (cidade de mesmo nome, no Vale do Rio Doce), Pissarrão (Araguari,
Triângulo Mineiro), Martins (Uberlândia, também no Triângulo) e Salto do
Paraopeba (Jeceaba, Região Central).