A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) deflagrou, na manhã dessa quarta-feira (6/3), com apoio da Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), a operação Origem. A ação teve por objetivo combater o uso de carvão de origem ilícita para abastecer empresas de siderurgia.
Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em nove cidades de Minas Gerais: Divinópolis, Formiga, Montes Claros, Taiobeiras, Ninheira, Pará de Minas, Capelinha e São Romão. As ordens judiciais foram efetivadas em produtoras de carvão e em uma empresa de siderurgia.
O inquérito, a cargo do Departamento Estadual de Investigação de Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), foi instaurado para apurar a suspeita de que empresas rurais que cultivam eucalipto, destinado à produção de carvão vegetal, comercializavam o material para as siderurgias em quantidade muito superior à capacidade de cultivo, completando os carregamentos com carvão de origem nativa, com forte agressão aos biomas Cerrado e Mata Atlântica.
Conforme destaca a chefe do Dema, delegada Binca Landau, são apurados delitos ambientais graves. “São investigados crimes de supressão de mata nativa e de produção e comercialização de carvão de origem ilícita, além de crimes correlatos”.
Associação criminosa
Os levantamentos da PCMG indicam que indivíduos e empresas alvo da operação estão inseridos em associação criminosa para o desmatamento ilegal de mata nativa e consequente fabricação e receptação de carvão vegetal ilícito, sem a devida licença ambiental. Além disso, foi constatado que, visando dar aparência de legalidade à operação, os suspeitos faziam a inserção de dados falsos em Guias de Controle Ambiental.
O delegado responsável pelo inquérito policial, Hugo Arruda, explica como a investigação teve início. “Os crimes ambientais estavam devidamente registrados nos autos, por meio de atividade fiscalizatória desenvolvida pela Semad em atividade anterior. Dessa forma, nessa fase da operação, nós buscamos obter elementos para os crimes consectários à prática dos crimes ambientais, tais como os de organização criminosa, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro”, esclarece.
Assim, essa fase da operação Origem tem como objetivo a comprovação da associação criminosa entre os empresários ligados à siderurgia e os produtores rurais, a prática de receptação qualificada pela siderurgia, a identificação dos responsáveis pela emissão de Guias de Controle Ambiental ideologicamente falsos, além do rastreamento dos lucros obtidos de forma ilícita.
A ação contou com a participação de 80 policiais civis, dentre delegados, investigadores e escrivães, com apoio da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil (Core), da Coordenadoria de Apoio Aéreo (CAT) e de cinco fiscais da Semad.
Fonte: PCMG